By Antonio Nóbrega | 10 outubro 2016 | Sem Comentários
Canudos
Eu, viandante de um chão poento,
dias queimosos, vida sem idílio.
Preces voltadas para sóis ardentes,
luares claros a buscar o auxílio.
Para os meus olhos, confusão pasmosa,
batalha surda, secular martírio.
Ai, desatino!
Ai, meu penar!
Ai, velho medo!
Sombra e malpassar!
Vi mamelucos, pardos, vi cafuzos,
rostos marcados: um santo sudário.
Em Bom Conselho, Bendegó, Pontal,
vi conselheiro rezar solitário.
E anunciando o inverno benfazejo,
em Monte Santo subiu pro calvário.