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À Deriva

By Antonio Nóbrega | 24 abril 2022 | Sem Comentários


Antonio Nóbrega-Wilson Freire
Arranjo Edmilson Capelupi

 

E eu que vivo à deriva

como migram os continentes,

feito folha no outono,

qual no mar a água-viva.

 

E eu que vivo à espreita

como a caça e o caçador.

Um estrangeiro clandestino

sob o pano da suspeita.

 

E eu que vivo o espanto

como quem chega de um parto,

igual quem escapa da morte

ou quem cai de um encanto.

 

Nessa nave viva vida,

tripulante ou passageiro,

não sou último nem primeiro

de chegada ou de partida.

 

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