Eu, o Mateus e o Quinteto Armorial

By Antonio Nóbrega | 12 setembro 2017 | Sem Comentários

Foi no fim de tarde de um domingo na Casa de Cultura de Recife, assistindo pela primeira vez uma apresentação de um Bumba-meu-boi e acompanhando deslumbrado a movimentação da figura de um Mateus, que despertei para dança. Aquela burlesca personagem teatral vestida com calça e camisa de chita, de pés descalços, segurando uma espécie de bastão ou baliza com fitas multicores amarradas numa das suas extremidades, dançando, gesticulando, faceciando, mugangando, galhofando ali bem à minha frente, me deixava completamente aturdido, desconcertado, hipnotizado…e com uma incontrolável vontade de fazer aquilo que ele fazia…

Tinha 19 anos nessa ocasião e alguns meses atrás havia sido convidado por Ariano Suassuna para integrar o Quinteto Armorial. Ariano me assistira tocando o concerto de Mi M de Bach para violino numa apresentação que fizera na Igreja de São Pedro dos Clérigos, local de habituais concertos na cidade, e achara que eu era a pessoa talhada para o posto. Ora, quem seria eu para negar-lhe tal convicção?…

Só alguns anos depois é que compreendi que aquele convite representara a senha, o passaporte de entrada para um mundo, até àquela época, inteiramente desconhecido para mim. Esse convite mudaria lenta e indelevelmente não só o meu modo de praticar e fazer arte, como a minha maneira de ver e pensar o Brasil e o mundo.

Àquela ocasião fazia o primeiro ano do curso de Direito e mantinha estudos formais de música e violino, mas, nem me sentia especialmente vocacionado para as lides jurídicas, nem tampouco achava que dedicar 5, 6 horas de estudo por dia ao violino seria uma atividade que preenchesse integralmente a minha curiosidade e interesses artísticos. Gostava imensamente de ler e escrever e idealizava fazer diplomacia…. Portanto, aquele convite vinha em boa hora.

O primeiro ensaio do Quinteto aconteceu na casa de Ariano. Ali, na sala de visitas de sua casa, no bairro de Casa Forte em Recife, dispusemos nossas estantes de música, colocamos a partitura da música Repente do Antonio José Madureira e, lentamente, sob olhar curioso e atento de Ariano, começamos a tentar traduzir em sons o que aquelas folhas de papel nos indicava. Durante vários anos repetiríamos esse rito. Ali nos encontraríamos para ensaiar as músicas compostas para o grupo por Antonio José Madureira – quem dirigia o Quinteto e seu principal compositor – Generino Luna, Jarbas Maciel, Capiba, Egydio Vieira e por mim. Em verdade, o grupo nasceu como um quarteto formado por uma viola dedilhada, executada pelo Madureira; um violão, pelo Edilson Eulálio; uma flauta, inicialmente tocada pelo Generino Luna e depois sucessivamente pelo Guebinha – José Tavares de Amorim –, Egydio Vieira e, por ultimo, Antonio Fernandes de Farias, vulgo “Pintassilgo”; eu alternava a execução do violino tradicional com a sua versão popular, a rabeca. Não demoraria muito para que um quinto instrumento, o Marimbau, entrasse em cena. Para quem não o conhece trata-se de uma versão um pouco mais completa do que o Berimbau, pois enquanto esse é basicamente um instrumento rítmico – muito embora instaure um campo harmônico quando tocado, em virtude das duas notas, geralmente intervaladas numa segunda maior, tiradas da corda de aço por meio da movimentação da moeda sobre ela – o marimbau permite a execução de uma escala diatônica completa. Não precisarei descrevê-lo, a foto anexa irá fazê-lo melhor que eu.

(…)

Antonio Nóbrega

O texto “Eu e as Danças Populares” compõe o livro Com Passo Sincopado – Em busca de uma linguagem brasileira de dança de Antonio Nóbrega. Conheça o projeto contemplado pelo Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2014: http://bit.ly/PassoSincopado





Numa Asa Delta

By Antonio Nóbrega | 11 agosto 2017 | Sem Comentários

“E se me fatiga bastante, pela sua precariedade contemporânea, afirmar que o povo brasileiro é formado das três correntes: portuguesa, africana e ameríndia, sempre é comovente verificar que apenas essas três bases étnicas o povo celebra secularmente em suas danças dramáticas”.

Mário de Andrade. In Danças Dramáticas do Brasil

Imagine-se, leitor, numa manhã ensolarada, radiante, planando numa asa delta. Imagine, ainda, que repentinamente descortinasse um imenso vale onde no leito de suas encostas avistasse, movendo-se quase imperceptivelmente, um longo e caudaloso tapete marcado por indiscerníveis pontos coloridos e faiscantes…

Suponhamos que essa visão o deslumbrasse de tal jeito que, tomado pela curiosidade, baixasse a altitude do “aeroplano” e descobrisse que aquele curioso coruscante cardume movimentando-se correspondia a milhares de pessoas caminhando em compassivo cortejo. Intensamente atraído, resolvesse baixar ainda mais seu planador e percebesse que os integrantes do caudaloso cortejo trajavam luzidias e multicores vestimentas, dos mais diversos formatos, alindadas por uma miríade de adereços. Uns vestiam saiotes de cetim e de ganga adornados por barras de espiguilhas douradas; outros envergavam guarda-peitos acetinados, cobertos de espelhos e debruados de galões prateados; outros mais usavam saias brancas rendadas; alguns portavam mantos-gola com desenhos de florais e pássaros bordados à canutilhos e miçangas; vários encabeçavam chapéu com a aba frontal, “batida”, revestida de pequenos pedaços de espelhos e flores de ouropel, enquanto da aba de trás, estirada, pendiam fitas de variadas e brilhantes cores; alguns mais ostentavam sobre a cabeça simulacros de templos e pagodes orientais profusamente ornados de espelhos, papéis brilhantes e pedrinhas de aljôfar; vários deles, de rostos tisnados de carvão e encabeçando chapéus-cafuringa,  empunhavam bexigas infladas e corriam de um lado para o outro as esbordoando em si e nos demais; centenas deles tocavam tambores, caracaxás, gonguês, pandeiros, cavaquinhos, violas, violinos, clarinetas, saxofones, pifes, flautas, acordeons e inúmeros outros instrumentos.

Imagine ainda, leitor, que querendo decifrar o sentido daquela movimentação, da algaravia dos trajes, buscando entender a mixórdia sonora que quase inaudível lhe chegava, se decidisse dar largas à irrefreável curiosidade e estacionasse sua asa delta na extremidade do vale, para onde se dirigia o cortejo, e, assim bem de pertinho, poder melhor perceber o que cantavam, dançavam e tocavam aqueles “festeiros”.

Seria então nesse momento, caro leitor, que perceberia que todo aquele imenso cortejo correspondia à reunião de centenas de grupos de pessoas que trajando cada qual vestimentas comuns, se locomoviam cantando, tocando, saltando, girando, requebrando, saracoteando, mogangando, gingando, volteando em meio a traçados e manobras coreográficas que iam desenhando pelo gramado do vale enquanto deambulavam.

Caminhando ao encontro do imenso préstito e aproximando-se das encostas do vale, o leitor amigo e corajoso, perceberia também que o som que emanava dos tambores, dos demais instrumentos e das vozes ecoava por toda a região e que, à medida que o cortejo se aproximava, o volume sonoro recrudescia perigosamente.… Não tardaria e o meu amigo teria de escolher entre evadir-se ou se entregar à festiva comitiva!

Se ele for como eu, deixará ser arrastado, conduzido e acicatado pela sincopada pulsação rítmica dos tambores, taróis, ganzás, pandeiros e a prodigalidade dos cantos; sairá “da sua” e entrará, pulando, cantando, brincando e chorando “na de todos aqueles outros”, o território sensorial e emotivo onde se encontravam imersos, naquela manhã   ensolarada e radiante, numa férica comunhão com o espírito da festa, da alegria e do congraçamento humano, aqueles homens e mulheres.

 

Em São Cristóvão

O mês é o de Janeiro e o ano, se bem me recordo, é o de 1980. Agora sou eu quem estou sob a guarda de uma manhã, também tinindo de brilhosa, no meio de uma das ruas centrais da cidade de São Cristóvão, na rabeira de um grupo de Bacamarteiros. A música é marcadamente percussiva, vexada, de ritmo bem soletrado, contínua e cantada à toda garganta e pulmões por homens e mulheres em idades diversas que caminham dançando, saltitando e portando à tiracolo – não todos – bacamartes. Atrás de mim, numa movimentação menos agitada, mais ondulada e compassada, integrantes de um grupo de São Gonçalo “tiram” loas, toadas e tocam violas, cavaquinhos e leve percussão. Para além desses dois grupos, para onde o meu olhar se dirige encontra músicos, dançarinos, cantadores, personagens e figuras teatrais das mais variadas espécies e natureza – reis, rainhas, bois, “mortos-carregando-os-vivos”, burrinhas, catirinas, cazumbás, caboclinhos, etc.

O Festival Folclórico de São Cristóvão era um daqueles eventos anuais – com alguma frequência eventos semelhantes aconteciam também em outras cidades brasileiras – que reuniam uma infinidade de grupos “folclóricos” de várias regiões do país. Lá estariam muitos daqueles que o meu hipotético leitor-planador terá visto em seu imaginário passeio aéreo…

Foi numa dessas ocasiões, que percebendo – mesmo com o pouco siso que me sobrava em tais circunstâncias, ou por isso mesmo – a diversidade e unidade de procedimentos, formas, conteúdos e estruturas que subjaziam no interior daquelas manifestações, que dei corda a mim mesmo na empreitada de buscar entender como elas se constituíram. Dizendo de outro modo: foi dentro daquele redemoinho dionisíaco que me impus a tarefe de tentar “desenredar” os caminhos através dos quais tais manifestações vieram a se tornar o que eram!

 

Por onde começar?

Foi sem abdicar de continuar a bater canela por terreiros, sedes de agremiações, treinos, sambadas e apresentações de grupos populares que encetei comigo mesmo a tarefa de também me abancar em gabinete.

Atinei que, passados já vários anos assimilando cantos, danças, histórias, formas poéticas, maneiras de tocar instrumentos musicais e modos de “brincar” dos mestres, dançadores e brincantes populares; lendo e continuamente adquirindo livros sobre o mundo popular, chegara o momento de tentar responder a questões que adensando cada vez mais o meu portfólio interior me martelavam o juízo. Seria o mundo popular tão caótico quanto aparentava, ou nós é que não o compreendíamos? Porque as “brincadeiras” populares que assistia e praticava me davam a impressão de serem tão iguais e ao mesmo tempo tão diferentes? E se assim fosse, eu saberia identificar e separar as diferenças das semelhanças? Por que a figura do Boi estava presente nos folguedos amazônicos, nos nordestinos, nos sulinos, em todas as regiões do Brasil? De onde provinha tudo isso? Como se formara um Reisado, um grupo de Caboclinhos? Haveria algum cordão, uma linha histórica por meio da qual eu poderia estabelecer uma ligação entre as várias manifestações populares entre si? Como se formatara esse imaginário? De que maneira ele teria se internalizado na psique coletiva do povo? Teria? E sendo afirmativa a resposta, quais os desdobramentos dessa internalização? Haveria?

Acompanhando a movimentação dos Caboclos de Lança de um maracatu rural, me perguntava: “Quais os caminhos que teriam levado a se ‘formatar’ àquelas portentosas figuras que incorporadas por trabalhadores rurais – vestindo pesadas golas-mantos a estampar desenhos de flores, animais, arabescos e espirais bordados à miçangas, canutilhos e lantejoulas; sustentando sobre os ombros matulão do qual pendiam 4, 5, 6 ou mais badalos de metal; maneando e volteando para cima, para baixo, para os lados  uma enorme lança de quase dois metros inteiramente ataviada de fitas; portando sobre a cabeça um imenso “chapéu” adornado por milhares de tiras de papel celofane ou laminado; – dançando, pulando, saltando, caminhando jornadeiam pelas ruas de Recife e de cidades da zona da mata pernambucana durante os dias de carnaval? Que representam?

Onde estaria o fulcro histórico por onde tudo isso estava se passando? Porque o conhecemos tão mal e de modo tão apartado do conjunto de nossa história cultural? Assim como, lendo e estudando obras dedicadas à trajetória da cultura ocidental podemos tomar conhecimento em sua totalidade dos caminhos percorridos pela sua literatura, música, pintura, etc., julgo que deveríamos igualmente, em relação à nossa história cultural, poder acessar uma narrativa que levasse em conta as duas grandes vertentes que a constituem: a popular, de prevalente extração índio-africano-ibericopopular e a ocidental ou europeia de base greco-latina-judaico-bárbaro-cristã.

Antonio Nóbrega

 

O texto “Numa Asa Delta” compõe o livro Com Passo Sincopado – Em busca de uma linguagem brasileira de dança de Antonio Nóbrega. Conheça o projeto contemplado pelo Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2014: http://bit.ly/2hiAaco

 





Antonio Nóbrega se apresenta em João Pessoa e Teresina

By Antonio Nóbrega | 16 março 2017 | Sem Comentários

Artista brinda o público com os espetáculos Um Recital para Ariano e Com Passo Sincopado
 
 
NB Com Passo 
Antonio Nóbrega não para! Após ter passado por Natal e Recife durante o carnaval e ter voltado à capital pernambucana no aniversário da cidade, ele se apresenta em Teresina e João Pessoa na última semana de março. O artista leva às duas cidades espetáculos que celebram a cultura popular brasileira e personagens importantes da sua história, em apresentações que tradicionalmente convidam o público à celebração dessa cultura, com muita dança, ciranda e energia brincante.
 
 No próximo dia 28/03 (terça-feira) Nóbrega se apresenta em Teresina com o espetáculo Um Recital para Ariano. Ele presta uma homenagem ao dramaturgo, poeta, romancista, ensaísta e pensador, Ariano Suassuna. Numa performance marcada pela diversidade, o artista leva ao público romances, poemas, martelos agalopados e toques instrumentais, que de alguma forma estão marcados pela presença da Ariano.
 

A viagem musical  passa pelos romances A Nau Catarineta, A Filha do Imperador do Brasil, pelas canções O Rei e o Palhaço e Canudos e pelas peças instrumentais Rasga e Ponteio Acutilado. Nóbrega estará acompanhado dos músicos Cleber Almeida (bateria/percussão), Edmilson Capelupi (cordas) Edson Alves (baixo e violão), Olivinho (acordeão) e Ze Pitoco (clarinete, sax e zabumba).

Já no dia 31/03 (sexta-feira), o artista leva a aula-espetáculo Com Passo Sincopado em João Pessoa. A apresentação integra o projeto Interatos – Mostra e Formação Permanente de Dança, que promove atividades de formação. O artista apresenta a sua visão sobre uma dança brasileira contemporânea – sistematizada a partir do encontro entre matrizes corporais populares e princípios técnicos, práticas e procedimentos formais provenientes das várias linguagens de dança tanto do Ocidente quanto do Oriente.

Por meio de performances, vídeos e falas ele convida o público a uma reflexão sobre a cultura brasileira, levando em conta a sua ascendência ocidental ou europeia – classe dominante, letrada – e a popular, marginal e de substrato oral. No palco Nóbrega estará acompanhado dos bailarinos Alison Lima e Maria Eugênia Almeida.

 

SERVIÇO:

Teresina

Um Recital para Ariano 

Data e horário: terça-feira, 28/03, 19h30

Local: Teresina Shopping (ver no mapa)

Entrada Franca

João Pessoa

Com Passo Sincopado

Data e Horário: sexta-feira, 31/03, 20h

Local: Teatro Paulo Pontes (ver no mapa)

Ingressos: R$10,00 (inteira) e R$5,00 (meia)

OBS: Os ingressos serão vendidos na bilheteria do Teatro Paulo Pontes, no dia do espetáculo, a partir das 14h

 

 

 





No passo nordestino

By Antonio Nóbrega | 21 outubro 2016 | Sem Comentários

O Povo





Antonio Nóbrega se apresenta na Bienal Internacional de Dança do Ceará em Fortaleza

By Antonio Nóbrega | 13 outubro 2016 | Sem Comentários

Artista estará no Cineteatro São Luiz com a aula-espetáculo Com Passo Sincopado, uma reflexão sobre os caminhos percorridos pela dança na cultura brasileira. A apresentação, no dia 21/10, tem entrada franca.

 

NB

A Bienal Internacional de Dança do Ceará/ De Par em Par recebe este ano a aula-espetáculo Com Passo Sincopado, concebido pelo artista Antonio Nóbrega. A apresentação está marcada para o próximo dia 21/10 (sexta-feira) no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza. Acompanhado dos bailarinos Alison Lima e Maria Eugênia Almeida, Nóbrega apresenta sua visão da dança brasileira.  Com performances, vídeos e falas o artista ilustra a sistematização da dança a partir do encontro de matrizes corporais populares e princípios técnicos, práticas e procedimentos formais –  provenientes das várias linguagens de dança, tanto do Ocidente quanto do Oriente.

A dança no Brasil é o ponto de partida para estudo, reflexão e interpretação da cultura brasileira, levando em conta a sua ascendência ocidental ou europeia – classe dominante, letrada – e a popular, marginal e de substrato oral. Nas palavras de Nóbrega: “De tanto praticar diversas danças populares, terminei por incorporá-las ao meu universo de criação e hoje, procurando entender de onde provém o seu rico imaginário, vejo que essa busca me oferece caminhos e boas pistas para melhor entender o meu país.”

De 21 a 30 de outubro, a V Bienal De Par Em Par traz ao Ceará artistas do Brasil, Canadá, França e Suíça para a programação que acontecerá em Fortaleza e se estenderá às cidades de Sobral, Juazeiro do Norte, Paracuru, Itapipoca e Trairi. Apresentada pela Petrobras, com o patrocínio do Governo do Estado do Ceará e da CAIXA e apoio da Enel, controladora da Coelce, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, a Bienal De Par em Par tem acesso gratuito a toda a programação.

 

SERVIÇO:

Com passo sincopado – Aula-espetáculo de Antonio Nóbrega

Quando: Sexta-feira, 21/10 – 21h

Onde: Cineteatro São Luiz (Ver no mapa)

ENTRADA FRANCA

Bienal Internacional de Dança do Ceará/ De Par em Par

Quando: De 21 a 30 de outubro

Locais: Fortaleza, Sobral, Juazeiro do Norte, Paracuru, Itapipoca e Trairi.

Informações: www.bienaldedanca.com

E-mail bienal@bienaldedanca.com e

Telefone: (85)3268-3034.

ENTRADA FRANCA





Antonio Nóbrega se apresenta em São José do Rio Preto

By Antonio Nóbrega | 26 setembro 2016 | Sem Comentários

Artista estará no Sesc com a aula-espetáculo Com Passo Sincopado e a oficina Introdução à dança brasileira, no próximo sábado 01/10.

Com Passo Sincopado

Foto: Silvia Machado

 

Antonio Nóbrega fará duas apresentações no Sesc de São José do Rio Preto no próximo sábado (01/10). O público terá a oportunidade de participar de uma verdadeira imersão na formação da dança brasileira. A partir das 20h,o artista apresenta a aula-espetáculo Com Passo Sincopado.  Por meio de performances, vídeos e falas, Nóbrega leva ao palco sua visão sobre uma dança brasileira contemporânea – sistematizada a partir do encontro de matrizes corporais populares com princípios técnicos, práticas e procedimentos formais provenientes das várias linguagens de dança tanto do Ocidente quanto do Oriente.

Ainda tomando a dança no Brasil como ponto de partida de estudo e reflexão, o artista esboça uma interpretação da cultura brasileira, levando em conta a sua ascendência ocidental ou europeia – classe dominante, letrada – e  a popular, marginal e de substrato oral. No palco Nóbrega estará acompanhado dos bailarinos Alison Lima e Maria Eugênia Almeida.

 

OFICINA GRATUITA

Na mesma data da apresentação, Nóbrega leva ao público da cidade a oficina Introdução à dança brasileira, a partir das 10h da manhã. No encontro – teórico e prático – o artista apresenta algumas manifestações da dança brasileira e propõe uma prática corporal aos participantes, incorporando o debate sobre o corpo velho, seus movimentos e potencialidades.

 

SOBRE ANTONIO NÓBREGA

Nascido em Recife, começou a estudar violino aos 8 anos. Em 1971, Ariano Suassuna convidou-o para integrar o Quinteto Armorial. A partir daí, passou a estudar o universo da cultura popular e a criar espetáculos de teatro, dança e música nela referenciados. Entre eles: Brincante, Segundas Histórias, O Marco do Meio Dia, Figural, Na Pancada do Ganzá, Madeira Que Cupim Não Rói, Pernambuco Falando para o Mundo, Lunário Perpétuo, Nove de Frevereiro, Naturalmente, Húmus, entre outros. Recebeu diversos prêmios, entre eles o Shell de Teatro, o Tim de Música, APCA, Mambembe, Conrado Wessel, Governador do Estado de São Paulo.

Com seus espetáculos, o artista tem viajado pelo Brasil e outros países. Recebeu duas vezes a Comenda do Mérito Cultural. Tem 12 CDs gravados e três DVDs. Em novembro de 1992, fundou com Rosane Almeida – atriz, bailarina e sua esposa – o Instituto Brincante, em São Paulo. Em 2014, o cineasta Walter Carvalho realizou o longa-metragem Brincante, dedicado à sua trajetória artística.

 

SERVIÇO:

Com passo sincopado – Aula-espetáculo de Antonio Nóbrega

Quando: Sábado, 01/10, 20h

Onde: Sesc São José do Rio Preto – Avenida Francisco das Chagas Oliveira, 1333 , Chácara Municipal (Ver no mapa)

Ingressos: : R$17,00 (público em geral) R$8,50 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor da escola pública com comprovante), R$5,00 (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e dependentes – Credencial Plena).

Informações: http://bit.ly/2cYwmvL

Oficina Introdução à dança brasileira

Quando: Sábado, 01/10, 10h

Onde: Sesc São José do Rio Preto – Avenida Francisco das Chagas Oliveira, 1333 , Chácara Municipal (Ver no mapa)

Entrada Franca

Informações: http://bit.ly/2cwSv2I





Antonio Nóbrega se apresenta na Bienal Naïfs do Brasil em Piracicaba

By Antonio Nóbrega | 3 setembro 2016 | Sem Comentários

Artista estará no Sesc com a aula-espetáculo Com Passo Sincopado, uma reflexão sobre os caminhos percorridos pela dança na cultura brasileira.


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Antonio Nóbrega se apresenta no Sesc Piracicaba no feriado de Sete de Setembro (quarta-feira) com a aula-espetáculo Com Passo Sincopado. O espetáculo é parte da programação da 13ª Bienal Naïfs do Brasil. Por meio de performances, vídeos e falas o artista apresenta a sua visão sobre uma dança brasileira contemporânea – sistematizada a partir do encontro de matrizes corporais populares com princípios técnicos, práticas e procedimentos formais provenientes das várias linguagens de dança tanto do Ocidente quanto do Oriente.

Ainda tomando a dança no Brasil como ponto de partida de estudo e reflexão, o artista esboça uma interpretação da cultura brasileira, levando em conta a sua ascendência ocidental ou europeia – classe dominante, letrada – e a popular, marginal e de substrato oral. No palco Nóbrega estará acompanhado dos bailarinos Alison Lima e Maria Eugênia Almeida.

“Tanto quanto a música, a dança teve um poder irresistível sobre mim. Isso eu percebi logo quando a descobri, na década de 70, em Recife. Tomei conhecimento dela informalmente, aprendendo passos e movimentos por meio dos artistas populares da minha cidade. De tanto praticar diversas danças populares, terminei por incorporá-las ao meu universo de criação e hoje, procurando entender de onde provém o seu rico imaginário – vejo que essa busca me oferece caminhos e boas pistas para melhor entender o meu país.”, afirma Nóbrega.

 

SOBRE ANTONIO NÓBREGA

Nascido em Recife, começou a estudar violino aos 8 anos. Em 1971, Ariano Suassuna convidou-o para integrar o Quinteto Armorial. A partir daí, passou a estudar o universo da cultura popular e a criar espetáculos de teatro, dança e música nela referenciados. Entre eles: Brincante, Segundas Histórias, O Marco do Meio Dia, Figural, Na Pancada do Ganzá, Madeira Que Cupim Não Rói, Pernambuco Falando para o Mundo, Lunário Perpétuo, Nove de Frevereiro, Naturalmente, Húmus, entre outros. Recebeu diversos prêmios, entre eles o Shell de Teatro, o Tim de Música, APCA, Mambembe, Conrado Wessel, Governador do Estado de São Paulo.

Com seus espetáculos, o artista tem viajado pelo Brasil e outros países. Recebeu duas vezes a Comenda do Mérito Cultural. Tem 12 CDs gravados e três DVDs. Em novembro de 1992, fundou com Rosane Almeida – atriz, bailarina e sua esposa – o Instituto Brincante, em São Paulo. Em 2014, o cineasta Walter Carvalho realizou o longa-metragem Brincante, dedicado à sua trajetória artística.

 

SOBRE A 13ª BIENAL NAÏFS DO BRASIL

Bienal Naïfs do Brasil começou com as exposições anuais realizadas pelo Sesc Piracicaba no período de 1986 a 1991, e tem como iniciativa valorizar e disseminar essa vertente artística fortemente relacionada aos elementos que caracterizam a cultura popular brasileira. Considerada um dos principais eventos do gênero artístico, a Bienal promove a integração entre artistas, pesquisadores, colecionadores e galeristas, além de educadores e estudantes, com o propósito de ampliar conhecimentos e garantir o debate acerca da produção visual no País. Ao longo de suas edições, buscou propagar a diversificação do que é conhecido como estética naïf tradicional, com seleção de obras que enfatizam a variedade da confecção popular, um realinhamento do propósito primitivo moderno que caracteriza a arte ingênua.

A 13ª edição do evento tem o tema Todo mundo é, exceto quem não é. A mostra traz 126 obras de 86 artistas de todas as regiões do País, que retratam cenas da vida cotidiana com sofisticada simplicidade. A comissão de curadoria composta por Clarissa Diniz, Claudinei da Silva e Sandra Leibovici analisou 948 trabalhos de 474 inscritos, vindos de 25 estados brasileiros.

Além das obras selecionadas, a exposição conta também com 59 trabalhos de 25 artistas contemporâneos convidados pela curadoria, e ainda prevê a realização de programa de ações educativas, uma biblioteca, oficinas, residência artística e a elaboração de uma série de documentários, sob a curadoria de Clarissa Diniz e Claudinei Roberto.

 

SERVIÇO:

Com passo sincopado – Aula-espetáculo de Antonio Nóbrega

Quando: Quarta-feira – 07/09 – 14h

Onde: Sesc Santo Piracicaba

Rua Ipiranga, 155 – Centro – Piracicaba, SP (Ver no mapa)

ENTRADA FRANCA

Informações: http://bit.ly/2bUaB9X

Bienal Naïfs do Brasil 2016

Quando: 20 de agosto a 27 de novembro de 2016

Onde: Sesc Santo Piracicaba

Rua Ipiranga, 155 – Centro – Piracicaba, SP (Ver no mapa)

Tel. (19) 3437-9292

Horários: Terça a sexta-feira, das 13h15 às 21h30. Sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 18h;





Com Passo Sincopado e a dança brasileira em debate no Sesc Santo Amaro

By Antonio Nóbrega | 15 junho 2016 | Sem Comentários

Antonio Nóbrega apresenta aula-espetáculo  sobre os caminhos da dança na cultura brasileira na quarta-feira 22/06, a partir das 21h. Um dia antes (terça-feira 21/06) artista participa de bate-papo que discutirá as relações entre a criação e a escrita a respeito dessa arte.

 

Nos próximos dias 21 e 22 de julho (terça e quarta-feira) Antonio Nóbrega estará em dois eventos que discutem a formação da dança brasileira no Sesc Santo Amaro. O artista participa do bate-papo Criações e Escrituras: Operações colaborativas em dança,  na quarta-feira, a partir das 16h. Já na terça-feira,  apresenta a aula-espetáculo Com Passo Sincopado, a partir das 21h. Na apresentação,  por meio de performances, vídeos e falas, Nóbrega traz ao público uma visão sobre a sistematização da dança brasileira contemporânea a partir do encontro de matrizes corporais populares e dos princípios técnicos, práticas e procedimentos formais. Acompanhado dos bailarinos Alison Lima e Maria Eugênia Almeida, ele esboça uma interpretação da cultura brasileira, levando em conta a sua ascendência ocidental ou europeia – classe dominante, letrada – e  a popular,  marginal e de substrato oral. 

O bate-papo Criações e Escrituras: Operações colaborativas em dança reúne pesquisadores e artistas em torno do tema. O encontro faz parte do projeto Modos de Existir, concebido por Marcos Villas Boas e discute a criação artística e a escrita sobre a dança. Mediada pela especialista Thereza Rocha, a conversa e contará com a presença do próprio Nóbrega e de Gustavo Ciríaco (RJ), Carmen Morais (Núcleo Aqui Mesmo/SP), Antônio Nóbrega (SP), Uxa Xavier (Cia Lagartixa na Janela/SP), Cláudia Muller (MG), Carlinhos Santos (RS) e Zilá Muniz (Ronda Grupo/Florianópolis).

SERVIÇO:

Com passo sincopado  Aula-espetáculo de Antonio Nóbrega

Quando: Quarta-feira, 22/06, 21h

Onde: Sesc Santo Amaro (Ver no mapa)

Ingressos: R$ 5,00 (associados do Sesc), R$ 8,50 (estudantes, idosos, servidores de escolas públicas, aposentados e pessoas com deficiência), R$ 17,00 (inteira)

Informações: http://bit.ly/1ZRYY6F

Criações e Escrituras – Operações coletivas em dança

Quando: Terça-feira, 21/06, 16h

Onde: Sesc Santo Amaro (Ver no mapa)

Entrada Franca

Informações: http://bit.ly/1Q5JICL 





Antonio Nóbrega leva discussão sobre dança e cultura popular à cidade de Goiás

By Antonio Nóbrega | 26 outubro 2015 | Sem Comentários

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O desenvolvimento da dança na cultura popular brasileira é tema da aula-espetáculo Com Passo Sincopado, idealizada e ministrada por Antonio Nóbrega. No dia 04 de novembro (quarta-feira) ele apresenta o espetáculo no XVIII Festival de Arte de Goiás – que acontece na Cidade de Goiás. Acompanhado do bailarino Alison Lima, Nóbrega abrirá o festival com passos, saltos, giros e gingados – uma tentativa de aproximar o público, sensorial e intelectualmente, do rico universo cultural popular.

Por meio de performances, vídeos e falas, Nóbrega apresenta a sua visão sobre uma dança brasileira contemporânea, sistematizada a partir do encontro de matrizes corporais populares, com princípios técnicos, práticas e procedimentos formais provenientes das várias linguagens de dança tanto do Ocidente quanto do Oriente. Ainda tomando a dança no Brasil como ponto de partida de estudo e reflexão, o artistas esboça uma interpretação da cultura brasileira, levando em conta sua ascendência ocidental ou europeia – classe dominante, letrada – e popular – marginal e de substrato oral.

Nas palavras do próprio artista: “Tanto quanto a música, a dança teve um poder irresistível sobre mim. Isso eu percebi logo quando a descobri, na década de 70, em Recife. Tomei conhecimento dela informalmente, aprendendo passos e movimentos por meio dos artistas populares da minha cidade. De tanto praticar diversas danças populares, terminei por incorporá-las ao meu universo de criação e hoje, procurando entender de onde provém o seu rico imaginário – – vejo que essa busca me oferece caminhos e boas pistas para melhor entender o meu país.”

O XIII Festival de Artes de Goiás acontece no Instituto Federal Goiás entre os dias 03 e 07 de novembro. A apresentação de Com Passo Sincopado começa às nove da manhã no Palco Circo. Informações e Inscrições: http://blogs.ifg.edu.br/festival2015





Com Passo Sincopado

By Antonio Nóbrega | 24 novembro 2014 | Sem Comentários

 

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Com Passo Sincopado é o nome da aula-espetáculo que idealizei para reunir alguns solos de dança e reflexões sobre as danças populares brasileiras, sobre dança e cultura e sobre uma dança brasileira a que vou dando largas à imaginação…
Tanto quanto a música, a dança teve um poder irresistível sobre mim. Isso eu percebi logo quando a descobri, na década de 70, em Recife. Tomei conhecimento dela informalmente, aprendendo passos e movimentos por meio dos artistas populares da minha cidade. De tanto praticar diversas danças populares, terminei por incorporá-las ao meu universo de criação e hoje, procurando entender de onde provém o seu rico imaginário – passos, saltos, giros, saracoteios, gingados, etc. – vejo que essa busca me oferece caminhos e boas pistas para melhor entender o meu país.
E nem só para isso. Sinceramente falando, acho que a prática lúdica da dança nos ajuda em várias outras coisas. Do mesmo modo que a prática da música ou da poesia favorece o nosso desenvolvimento mental, ampliando e fortalecendo a nossa caixa cerebral de conexões neuronais, a dança também tem esse papel, só que com mais alguns outros valores agregados. Por exemplo: através de sua prática pode-se queimar boa parte do excesso de gordura ou triglicérides que porventura se tenha…, algo que com o exercício da poesia ou da música é muito difícil de se fazer, a não ser que, no caso dessa última, você passe dez horas por dia batendo e pinotando com um tambor de maracatu pesando sobre as costas! Um outro valor adicional da dança é que ela tem uma enorme função socializante e gregária. Se dança mais em conjunto ou em dupla do que solitariamente. E ainda mais: a dança é um excelente modo de “serotonizar” o organismo, de ajudar a aumentar a concentração de serotonina no nosso corpo. Portanto, amigos, dancemos, serotonizemo-nos todos! Muita coisa a mais pode ser dita sobre a dança, mas para que eu não esgote o meu assunto hoje aqui, convido-os a assistirem o meu Com Passo Sincopado. Estarei rodando com essa aula-espetáculo por aí, mas quem estiver em São Paulo na próxima sexta, dia 28, e quiser assisti-la, estarei apresentando-a no Auditório István Jancsó da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM) da Universidade de São Paulo (USP) às 17h. É só chegar.
Até lá.

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