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Show no Ibirapuera em prol da campanha #ficabrincante termina com ciranda de 10 mil pessoas

By Antonio Nóbrega | 12 agosto 2014 | Sem Comentários


Foto: Rogerio Vieira/Divulgação Auditório Ibirapuera

Foto: Rogerio Vieira/Divulgação Auditório Ibirapuera

O show do multiartista Antonio Nóbrega em prol da campanha #ficabrincante, que tenta impedir a interrupção das atividades do Instituto Brincante, alvo de uma ação de despejo, terminou na noite de domingo, dia 3, com mais de 10 mil pessoas dançando e cantando em diferentes cirandas na área externa do Auditório Ibirapuera — Oscar Niemeyer, no Parque do Ibirapuera. Localizado na Vila Madalena, o centro de estudo e pesquisa de arte e cultura brasileiras corre o risco de deixar o espaço que ocupa desde a sua fundação, em 1992, para dar lugar a um empreendimento imobiliário.

“Estamos aqui reunidos para refletir, muito à nossa maneira, brincando e dançando, sobre qual lugar o lúdico deve e pode ocupar na nossa cidade” disse Nóbrega durante o espetáculo sobre sua decisão e de sua mulher, a atriz e dançarina Rosane Almeida, de tornar pública a questão do despejo. “Acreditamos que podemos sim resolver nossos problemas por meio do diálogo e de forma pacífica.”

Batizado de #ficabrincante, o show contou com músicos e dançarinos — entre eles, Rosane — dividindo o palco com Nóbrega. Foram projetadas também cenas inéditas do filme “Brincante“, de Walter Carvalho, sobre a trajetória do casal de artistas, cuja estreia está prevista para novembro.

Para além da campanha, o #ficabrincante acabou também prestando homenagem a importantes representantes da cultura brasileira: Dorival Caymmi, artista baiano que teria completado 100 anos em abril e Ariano Suassuna, dramaturgo e romancista pernambucano que morreu aos 87 anos no mês passado.

De Caymmi, fizeram parte do show canções como “João Valentão”, “Marina” e “Suíte dos pescadores”. Já a homenagem a Suassuna veio com a música “O rei e o palhaço”, composição de Nóbrega para aquele que foi um de seus grandes mestres. Além dos músicos, dançarinos também dividiram o palco com o multiartista.

A programação teve início às 16 horas com uma “Brincada” em que professores, alunos e ex-alunos do Brincante, além de artistas convidados, conduziram atividades de dança, música, oficinas de brinquedos e brincadeiras.

Espaço fundado em 1992 pode encerrar atividades  

Em 20 de maio, o Instituto Brincante recebeu uma notificação que pedia a desocupação do imóvel em 30 dias, a contar daquela data, sob pena de ajuizamento de ação de despejo. Nóbrega e Rosane têm prorrogado judicialmente a permanência no local — que provavelmente estaria vendido para a incorporadora Pedra Forte, que já atua em empreendimentos imobiliários no bairro da zona oeste.

A publicação na imprensa da ameaça provocou grande repercussão entre professores, alunos, parceiros e admiradores do Brincante, que logo saíram em defesa da manutenção do espaço na Vila Madalena pelas redes sociais (com a hashtag #ficabrincante). Alunos ainda criaram uma página no Facebook (https://www.facebook.com/ficabrincante) e apoiadores Brasil afora passaram a postar fotos em que se lê #ficabrincante em uma folha de papel.

Uma petição online, que já conta com mais de 4,8 mil assinaturas, pede ainda à construtora que desista do negócio:http://migre.me/kGBhw.

Sobre a disputa imobiliária

Sobre a disputa imobiliária A advogada Renata Maluf, que representa o Brincante, explica que “os proprietários da área, César Alves e Ondina Alves, entraram com uma ação de despejo com pedido de liminar para a desocupação em 15 dias na 5ª Vara Cível do Foro de Pinheiros no dia 21/07.

Para evitar que isso ocorresse, Renata se antecipou e apresentou defesa. Os principais argumentos são: equiparação do Brincante a uma escola formal fiscalizada pelo Ministério da Educação, o que impediria o despejo; falta de boa fé contratual (na ação, sustentam que não fizeram a venda do imóvel, mas César Alves confessou que o vendeu); e obrigação de garantir o direito de preferência ao Brincante, na condição de locatário. Agora, a juíza Luciana Bassi de Melo determinou que tanto os proprietários como o Ministério Público se manifestem no processo.

Segundo Renata. “o que se busca na ação é ao menos garantir que o Brincante tenha a oportunidade de comprar o imóvel nas mesmas condições em que fora negociado com a incorporadora, o que já deveriam ter garantido, como determina a lei. Fazendo isso, os proprietários não teriam qualquer prejuízo e poderiam colaborar para a perpetuidade das atividades culturais do Brincante na Vila Madalena, ao invés de privilegiar o lucro da incorporadora”.

Números do Brincante

Localizado na Rua Purpurina, 428, na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo, o Brincante foi fundado pelo casal de artistas Antonio Nóbrega e Rosane Almeida em 22 de novembro de 1992. Tornou-se Ponto de Cultura em 2004 e adquiriu o status de instituto em 2 de março de 2001. Ao longo de mais de duas décadas, acumula números expressivos no trabalho de promoção da cultura brasileira. Confira:

– Atendeu diretamente mais de 20 mil alunos

– Reuniu um público de mais de 57 mil pessoas

– Realizou mais de 70 espetáculos

– Realizou 5 festivais (Encontro com a Dança e a Música Brasileiras, Sete anos a caminho dos 500, Festejando Câmara Cascudo

– Na passagem de seu nascimento, Ao Gosto das Artes, 1º Festival de Brincantes, Festival Brincante 20 anos) e 8 sambadas

– Atendeu mais de 30 instituições (por meio de cursos, oficinas, palestras e espetáculos)

– Formou 2,2 mil educadores

– O Brincante Itinerante (fundado em 2011) atendeu mais de 3 mil pessoas

Acesse aqui o álbum de fotos do evento.

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