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Desenvolver uma linguagem de dança a partir do diálogo criativo entre os dois grandes rios culturais que marcam a arte e cultura no Brasil – a tradição europeia ou ocidental e a popular brasileira – esse é um dos objetivos perseguidos pelo criador Antonio Nóbrega desde 1970, e é dentro dessa perspectiva cultural que ele vem não só criando espetáculos de dança, como também de música e de teatro.

No caso específico da dança, o casamento entre essas duas linhagens culturais se dá através do cruzamento do imaginário corporal popular brasileiro – passos, giros, gingados, saltos, molejos, etc. – com o amplo mundo de procedimentos e princípios técnicos e formais desenvolvidos pela dança ocidental. Associado a essa perspectiva de trabalho, o presente espetáculo procura ainda levantar uma importante questão em relação ao Brasil atual: onde estaria o espírito paterno de nossa cultura e civilização? Estaria ele vitalizado nas funções de zelador, de cuidador e de timoneiro? Como num enorme tabuleiro de jogo, esta reflexão é levada ao palco através de coreografias onde o lúdico e o espírito de celebração se irmanam para facultar à dança, além do prazer sensorial, o estímulo à reflexão.