O REINO DO MEIO DIA



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Espetáculo
1989
Esta “suíte-bailado” para um solista é a representação simbólica do caráter ou espírito do povo brasileiro. Trata-se de um espetáculo que tenta responder à intrincada questão, como colocada por Antonio Nóbrega à época: muito embora o universo gestual e corporal desse bailado estejam conjugados a uma música, figurinos, desenhos e textos, é possível, sem cair no descritivo e no naturalista, sintetizar e revelar, ainda que precariamente, o que de modo difuso se insinua como espírito brasileiro?
Os passos, giros, saltos, manobras coreográficas, atitudes, posturas, jogos acrobáticos e pantomímicos foram aprendidos e codificados através do estudo das diversas manifestações populares brasileiras em que a linguagem corporal está presente. São expressões que gradativamente cristalizaram-se (o frevo, por exemplo, com seu repertorio).
Assim, “O Reino do Meio-Dia” não é nem um bailado folclórico ou estilizado, nem dança “erudita” brasileira (no sentido da fusão de formas do repertório acadêmico tradicional com passos tirados de danças populares e folclóricas). Mas uma terceira possibilidade, que Nóbrega explou com o desejo de sinalizar na direção do futuro da dança brasileira.