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Antonio Nóbrega reúne mais de 50 instrumentistas do mundo todo em homenagem ao centenário de Jacob do Bandolim

By Antonio Nóbrega | 4 dezembro 2018 | Sem Comentários

 

Com a participação de mais de 50 instrumentistas do Brasil e de outras partes do mundo, Antonio Nóbrega lança o clipe do projeto Jacob 100 Anos, uma homenagem ao centenário de Jacob do Bandolim (2018), que tem como fio condutor a música Gostosinho.

O material que está disponível no Youtube e no Facebook é uma grande e emocionante roda de choro virtual, com interpretações executadas por artistas de várias idades que reforçam o papel de Jacob como um dos maiores representantes do choro e inspiração para diversas gerações.

O desafio foi lançado em 23 de abril por meio de uma campanha nas redes sociais e foi aberto a qualquer músico que quisesse fazer parte da homenagem. Foram disponibilizadas a partitura e uma base, executada pelo violonista Gian Correa e pelo percussionista Léo Rodrigues, para que todos tocassem no mesmo andamento. Com isso, foi possível fazer a edição das participações num mesmo vídeo. Assinam o vídeo Ale Amêndola e Gustavo do Vale, responsável pela colagem de áudio.

Desde o início do projeto, Nóbrega destaca a intenção de alcançar um resultado de fortalecimento do poder simbólico da música na sociedade utilizando os meios de comunicação mais atuais: “Penso que esse projeto tem um significado que transcende só a boa execução da música: em tempos de Brasil caótico e triste, que pelo menos nós, os seus artistas, e por intermédio da força simbólica da música, possamos oferecer um sinal de esperança, de espírito de confraternização e de beleza ao combalido povo brasileiro.”

 

FICHA TÉCNICA:

Idealização

Antonio Nóbrega

 

Produção e Divulgação: Agência Fervo

Priscila Cotta

Nara Lacerda

 

Edição de Áudio

Gustavo Trivela do Vale

 

Edição de Vídeo

Alexandre Amendola

 

Base Musical

Léo Rodrigues – Pandeiro

Gian Correa – Violão

 

Participação

Alfonso Pozo – Ronroco

Alison Amador – Violão

Almir Côrtes – Guitarra Baiana

Alunos Cefet

Antonio Nóbrega – Violino

Arizinho 7 Cordas – Violão

Arthur Jorge – Cavaquinho

Assis Freire – Cavaco

Banana Broadway e Torcendo Dedo

Bina Coquet – Violão

Breno Novaes – Trombone

Bruno Descaves – Violino

Chorole de Israel

Daniel Allain – Flauta

Daniel Pereira – Bandolim

Everaldo Chaves – Saxofone

Fabio Falagusta – Cavaquinho

Fernando Santana – Cavaco

João Pellegrini – Violão

João Carlos Luz – Clarinete

Jorge Cardoso – Bandolim

Lara Costa e Izabel Costa – Derbak e flauta

Leonel Costa – Violão

Marcelo Fonseca – Violino

Marcello Moreno – Flauta doce

Marco Cesar  – Bandolim

Mathilde Fillat, Maiara Moraes, Carla Pronsato –  

Violino, flauta e piano

Mila Chaubah e Marcus Mendonça – Violino e Guitarra

Milton Mori – Bandolim

Nuran Pereira de Faria Campos – Violino

Olivinho – Acordeão

Pedro Amorim – Bandolim

Quinteto Vera Cruz

Rafa Barreto – Bandolim

Rita Portela – Pandeiro

Sidcléa Cavalcanti – Violão

Siqueira Lima – Trompete

Spok – Saxofone

Toninho Ferragutti – Acordeon

Tonyarte Gomes – Zabumba

Trio Choro Moderno

Vaisy Alencar – Clarineta

Vinicius Godeguesi – Violino

Vitor Kenji – Gaita

Wanderson Lima – Viola Caipira

Zé Pitoco – Clarinete





Antonio Nóbrega e Rosane Almeida levam Ocupação Brincante a Coimbra, Portugal

By Antonio Nóbrega | 10 setembro 2018 | Sem Comentários

Com oficinas e aulas-espetáculo, o casal de artistas inaugura o Espaço Brincante, iniciativa de formação para artistas na Cena Lusófona.

 

  Os fundadores do Instituto Brincante, Antonio Nóbrega e Rosane Almeida, estarão em Coimbra – Portugal, na última semana do mês de setembro, para uma série de oficinas e aulas-espetáculo. A “Invasão Brincante” é um projeto colaborativo entre a companhia de Teatro Escola da Noite – que tem mais de 25 anos de atuação – e a Cena Lusófona – organização que se dedica ao intercâmbio teatral na comunidade dos países de língua portuguesa.

Entre os dias 25 e 28 de setembro, Nóbrega apresenta a oficina ‘Tirando Versos na Rima’, que trata da origem, desenvolvimento e características do universo da poesia oral e popular brasileira. Além disso, ele leva a Coimbra as aulas-espetáculo Mátria’ (30/09) e ‘Com Passo Sincopado’ (29/09), respectivamente uma leitura sobre o imaginário cultural popular do Brasil – a partir das matrizes de procedência índio-africana-ibero popular – e um passeio pela formação da dança no país.

Rosane Almeida apresenta a oficina ‘Uma Linguagem Brasileira de Dança’, entre os dias 25 e 28 de setembro. Ela leva ao público uma introdução à prática de uma dança resultante do encontro de matrizes corporais populares brasileiras com o universo formal e técnico da tradição ocidental de dança. (Veja programação completa ao fim do texto).

 

António Nóbrega e Rosane Almeida
Antonio Nóbrega e Rosane Almeida fundaram juntos o Instituto Brincante, espaço de conhecimento, assimilação e recriação das inúmeras manifestações artísticas brasileiras, que fica na cidade de São Paulo. Com oficinas, aulas, espetáculos, debates, projetos sociais e diversos outros eventos, o Brincante celebra a riqueza da cultura nacional e a importância da sua diversidade.

Nascido em 1952, em Recife – Pernambuco, Nóbrega iniciou sua carreira artística na música, com o violino. Entre as décadas de 1960 e 1970, ele integrou a Orquestra de Câmara da Paraíba, a Orquestra Sinfônica do Recife e o Quinteto Armorial, grupo criado por Ariano Suassuna e precursor na criação da música de câmara brasileira de raízes populares. Ao longo de sua trajetória, Nóbrega integrou a dança, o teatro e outras linguagens ao seu repertório e já apresentou diversos espetáculos no Brasil, em Portugal, na Alemanha, Estados Unidos, Cuba, Rússia e França.
Rosane Almeida conheceu a arte circense aos 17 anos e atua também nas artes cênicas e na dança. A Atriz, bailarina, educadora e musicista se dedica ao estudo da diversidade cultural do país e à valorização de seu imaginário e universo simbólico. Há mais de vinte anos frente à coordenação pedagógica do Instituto Brincante, Rosane é idealizadora e responsável por diversas frentes de ação. Ela ministra oficinas e é autora de espetáculos, sempre com foco na reafirmação da crença no poder transformador da educação, quando aliado ao vasto universo da cultura popular.

Serviço
“Ocupação” Brincante
Com António Nóbrega e Rosane Almeida
Coimbra,  Portugal 25 a 30 de Setembro de 2018


DANÇA | OFICINA
Uma Linguagem Brasileira de Dança
Rosane Almeida
25 a 28 de Setembro de 2018
terça a sexta-feira, 14h00-16h30
duração total: 10 horas
destinatários/as: intérpretes de artes cênicas; alunos/as e professores/as do ensino artístico; educadores/as, público em geral

POESIA | OFICINA
Tirando Versos na Rima
António Nóbrega
25 a 28 de Setembro de 2018
terça a sexta-feira, 17h00-19h30
duração total: 10 horas
destinatários/as: escritores/as, poetas, rappers, educadores/as, animadores/as culturais, professores de literatura e português, alunos/as e professores/as do ensino artístico, público em geral

DANÇA | AULA-ESPETÁCULO
Com Passo Sincopado
António Nóbrega
29 de Setembro de 2018
Sábado, 22h00


MÚSICA/POESIA | AULA-ESPETÁCULO
Mátria
António Nóbrega
30 de Setembro de 2018
Domingo, 16h00

Saiba mais em: http://bit.ly/OcupacaoBrincante_Coimbra

 





Instituto Brincante e Universidade de Princeton apresentam a segunda edição do Fazer Pensar Brasil

By Antonio Nóbrega | 7 agosto 2018 | Sem Comentários

Estudiosos e artistas-pesquisadores se reúnem para uma série de conversas com o tema “Memória Cultural”,  no dia 24 de agosto. A programação, que acontece no Teatro Brincante, é totalmente gratuita

 

No próximo dia 24/08 (sexta-feira) o Instituto Brincante e o Brazil LAB da Universidade de Princeton apresentam o segundo Fazer Pensar Brasil. Estudiosos do universo da cultura se reúnem com o público para um dia de conversas e debates. Este ano o evento será norteado pelo tema “Memória Cultural”.

Os idealizadores do projeto, Antonio Nóbrega e Pedro Meira Monteiro, definem o espírito da jornada:

“A memória cultural é o nosso mote: o que conhecemos e o que desconhecemos daquilo que chamamos de “popular”? Como se dão os movimentos em ziguezague que tornam práticas populares de dança e canto a um só tempo distantes e próximas de nós? Mas que “nós” é esse que se projeta, entre atrevido e desengonçado, quando se discute a cultura? Em tempos de “lugar de fala”, de afirmações indenitárias vigorosas e de crise democrática profunda, pode-se ainda pensar em algo coletivo? Mas a cultura é mesmo a salvaguarda, o nó da coletividade em crise?

Com estas e outras questões em mente, propomos uma discussão coletiva e plural sobre como os estoques e as matrizes culturais se mantêm e se transformam, como elas estão guardadas e como são vertiginosamente transformadas no presente das cidades. Mil perguntas se destacam a partir daí. Como evitar a pecha de “folclore”, que congela e isola a manifestação popular num lugar de que ela parece não poder jamais sair? Que ecos se estendem do mundo rural ao urbano, e vice-versa? Que formas de “ser” coletivamente se desdobram nas performances populares? Que denominadores comuns podem vencer as singularidades irredutíveis? E como as práticas populares do canto se reatualizam em outros lugares, expostas a outras matrizes? O que de repente existe no slam? O que liga a cantoria do sertão à porta do metrô? Que ritmos, que imaginário e que gestos estão se desenvolvendo nas quebradas e nos saraus? Que vozes se escutam, quem as escuta e como? Por que treino nossos ouvidos devem passar para escutar o que resiste à massificação? E como negociar com a massificação? Onde a cultura é abrigo, onde ela é expressão do novo? Mas quão “novo” é o que chamamos de novo?”

O evento começa às 09h30 da manhã e segue durante todo o dia no Teatro Brincante (Rua Purpurina, 412, Vila Madalena, São Paulo), com entrada franca sujeita à lotação da casa. A programação detalhada será divulgada alguns dias antes do evento.

Para receber as informações em primeira mão, o público pode se inscrever no mailing  por meio do link: http://bit.ly/Mailing_FazerPensarBrasil2



PROGRAMAÇÃO COMPLETA:

MESA 1
10-12 h
Ivan Vilela: Tradição e Renovação na Cultura Popular
Bráulio Tavares: A ficção científica na literatura de cordel
Salloma Salomão: Pontos negros e lugares obscuros nos discursos intelectuais sobre cultura popular no Brasil contemporâneo
Debatedora: Marília Librandi
 
MESA 2
13:30-16:00 h
Maíra Soares Ferreira: Travessias periféricas brasileiras – poéticas juvenis com rima, métrica e oração
Darlene Santos: Diálogo e ação – do tambor de crioula ao slam, experiências e vivências na cultura popular
Antonio Nóbrega: De Ronda a Teixeira – a viagem de uma estrofe e o seu maravilhoso furdunço
Marcelino Freire: A voz no texto
Debatedor: José Miguel Wisnik 
 
MESA 3
16:30-18:30 h
Marina de Mello e Souza: Contribuições africanas à cultura brasileira
Martha Abreu: Cultura popular, um conceito e muitas histórias
Flávia Toni: Memória coletiva e fazer musical: o patrimônio imaterial nas trilhas de Mário de Andrade
Debatedor: Ricardo Teperman
 
Fechando os pontos:
 
Pedro Meira Monteiro 
André Botelho
 
19 hs
Sarau de confraternização

SERVIÇO:

Fazer Pensar Brasil 2018

Data: 24/08/2018 – a partir das 9h30, se estende durante todo o dia
Local: Teatro Brincante/Instituto Brincante – Rua Purpurina, 412, Vila Madalena, São Paulo – SP
Entrada franca, sujeito a lotação





Jacob 100 anos

By Antonio Nóbrega | 30 maio 2018 | Sem Comentários

TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER PARA GRAVAR SEU VÍDEO E PARTICIPAR DA HOMENAGEM COLETIVA AO MESTRE DO CHORO

 

Em homenagem ao centenário de um dos maiores representantes do Choro, Antonio Nóbrega lançou a campanha Jacob 100 anos, em que convida instrumentistas do Brasil e do mundo a participarem de uma grande roda de choro virtual. A intenção do artista é reunir registros da música Gostosinho, clássico de Jacob do Bandolim, em um vídeo coletivo.

Quer gravar seu vídeo? Confira o passo a passo:

O próprio Nóbrega dá um exemplo no vídeo abaixo. 

 

 

 

 

 

 

Clique aqui e confira o convite da Antonio Nóbrega para a ação

 





Antonio Nóbrega apresenta aula-espetáculo sobre livro Com Passo Sincopado

By Antonio Nóbrega | 9 novembro 2017 | Sem Comentários

Foto: Silvia Machado

Uma obra que relata o processo de assimilação das danças populares brasileiras e das práticas formais de dança, Com Passo Sincopado – de autoria do artista e pesquisador Antonio Nóbrega – será tema de uma aula-espetáculo no Instituto Brincante. No dia 25/11, Nóbrega apresenta ao público reflexões elaboradas ao longo de dez anos de dedicação e estudo da dança.

“Foi nesse período que realizei, junto à Rosane Almeida e ao Belisário Franca, a série televisiva Danças Brasileiras, que criei uma companhia de dança, elaborei espetáculos, dei aulas, palestras e aulas-espetáculos sobre a dança e, por último, tomei a decisão de redigir uma obra que contasse da minha relação com essa querida dama” afirma o artista.

Misto de narrativa biográfica, cartilha pedagógica, história e interpretação cultural, Com Passo Sincopado – Em busca de uma linguagem brasileira de dança  traz a gênese das danças e manifestações cênicas de expressiva presença corporal e realiza uma viagem de apresentação pelas principais linguagens de dança codificadas existentes no ocidente e no oriente.

“O que denomino de dança brasileira se situa numa espécie de linha imaginária que procura equilibrar, de modo complementar e não conflituoso, o que de melhor teriam a cultura ocidental e a popular.”

O livro, que deve ser lançado no próximo ano, será ilustrado por um CD e um DVD. Na aula-espetáculo, Nóbrega terá a companhia do os bailarinos e amigos Alisson Lima, Antônio Meira e Letícia Doretto e apresentará passos, movimentos, vídeos, fotos e músicas.

Com Passo Sincopado – Em busca de uma linguagem brasileira de dança é um projeto contemplado pelo Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna/2014 e tem realização da Funarte – Ministério da Cultura.

 

Serviço:

Aula-espetáculo: Com Passo Sincopado – Em busca de uma linguagem brasileira de dança

Data: 25 de novembro de 2017, sábado

Horário: 17h00

Local: Teatro Brincante

Purpurina, 412 – Vila Madalena, São Paulo – SP

Duração: 180 minutos

Faixa etária: livre

Entrada franca: distribuição de senhas com uma hora de antecedência

Informações: (11) 3816-0575

 

 





MAC USP recebe Antonio Nóbrega em conversa sobre o legado de Ariano Suassuna

By Antonio Nóbrega | 21 setembro 2017 | Sem Comentários

 


Foto: Woofler

No próximo dia 26/09 (terça-feira) Antonio Nóbrega participa do encontro Dirigentes Culturais: Dos anos 50 à Atualidadepromovido pela  Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência da Universidade de São Paulo (USP). O artista vai conversar com o público sobre o trabalho do  dramaturgo, poeta, romancista, ensaísta e um dos grandes pensadores da sociedade brasileira, Ariano Suassuna. Aberto para o público em geral, o evento faz parte do ciclo de discussões Cultura, Institucionalidade e Gestão,  que traça um panorama crítico, atual e histórico da situação da cultura no Brasil.

Ao falar sobre a contribuição de Suassuna para este cenário, Nóbrega aborda também um pouco da própria história. Em 1971 ele foi convidado pelo dramaturgo para integrar o Quinteto Armorial, grupo precursor na criação da música de câmara brasileira de raízes populares. O vínculo artístico e a amizade perduraram e influenciam o trabalho de Nóbrega até hoje. Em 2015 o artista lançou o espetáculo Um Recital Para Ariano – em que homenageia o pensador.

O evento tem entrada franca e é possível se inscrever previamente pela internet (clique aqui). Haverá transmissão ao vivo no link http://www.iea.usp.br/aovivo

 SERVIÇO:

Data: 26/09/2017

Horário: 14h30

Local: Espaço Multiuso do Museu de Arte Contemporânea da USP – Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301, Ibirapuera (Ver no mapa)

Informações: http://www.iea.usp.br/eventos/dirigentes-culturais

Organização: Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência (Instituto de Estudos Avançados da USP)





Numa Asa Delta

By Antonio Nóbrega | 11 agosto 2017 | Sem Comentários

“E se me fatiga bastante, pela sua precariedade contemporânea, afirmar que o povo brasileiro é formado das três correntes: portuguesa, africana e ameríndia, sempre é comovente verificar que apenas essas três bases étnicas o povo celebra secularmente em suas danças dramáticas”.

Mário de Andrade. In Danças Dramáticas do Brasil

Imagine-se, leitor, numa manhã ensolarada, radiante, planando numa asa delta. Imagine, ainda, que repentinamente descortinasse um imenso vale onde no leito de suas encostas avistasse, movendo-se quase imperceptivelmente, um longo e caudaloso tapete marcado por indiscerníveis pontos coloridos e faiscantes…

Suponhamos que essa visão o deslumbrasse de tal jeito que, tomado pela curiosidade, baixasse a altitude do “aeroplano” e descobrisse que aquele curioso coruscante cardume movimentando-se correspondia a milhares de pessoas caminhando em compassivo cortejo. Intensamente atraído, resolvesse baixar ainda mais seu planador e percebesse que os integrantes do caudaloso cortejo trajavam luzidias e multicores vestimentas, dos mais diversos formatos, alindadas por uma miríade de adereços. Uns vestiam saiotes de cetim e de ganga adornados por barras de espiguilhas douradas; outros envergavam guarda-peitos acetinados, cobertos de espelhos e debruados de galões prateados; outros mais usavam saias brancas rendadas; alguns portavam mantos-gola com desenhos de florais e pássaros bordados à canutilhos e miçangas; vários encabeçavam chapéu com a aba frontal, “batida”, revestida de pequenos pedaços de espelhos e flores de ouropel, enquanto da aba de trás, estirada, pendiam fitas de variadas e brilhantes cores; alguns mais ostentavam sobre a cabeça simulacros de templos e pagodes orientais profusamente ornados de espelhos, papéis brilhantes e pedrinhas de aljôfar; vários deles, de rostos tisnados de carvão e encabeçando chapéus-cafuringa,  empunhavam bexigas infladas e corriam de um lado para o outro as esbordoando em si e nos demais; centenas deles tocavam tambores, caracaxás, gonguês, pandeiros, cavaquinhos, violas, violinos, clarinetas, saxofones, pifes, flautas, acordeons e inúmeros outros instrumentos.

Imagine ainda, leitor, que querendo decifrar o sentido daquela movimentação, da algaravia dos trajes, buscando entender a mixórdia sonora que quase inaudível lhe chegava, se decidisse dar largas à irrefreável curiosidade e estacionasse sua asa delta na extremidade do vale, para onde se dirigia o cortejo, e, assim bem de pertinho, poder melhor perceber o que cantavam, dançavam e tocavam aqueles “festeiros”.

Seria então nesse momento, caro leitor, que perceberia que todo aquele imenso cortejo correspondia à reunião de centenas de grupos de pessoas que trajando cada qual vestimentas comuns, se locomoviam cantando, tocando, saltando, girando, requebrando, saracoteando, mogangando, gingando, volteando em meio a traçados e manobras coreográficas que iam desenhando pelo gramado do vale enquanto deambulavam.

Caminhando ao encontro do imenso préstito e aproximando-se das encostas do vale, o leitor amigo e corajoso, perceberia também que o som que emanava dos tambores, dos demais instrumentos e das vozes ecoava por toda a região e que, à medida que o cortejo se aproximava, o volume sonoro recrudescia perigosamente.… Não tardaria e o meu amigo teria de escolher entre evadir-se ou se entregar à festiva comitiva!

Se ele for como eu, deixará ser arrastado, conduzido e acicatado pela sincopada pulsação rítmica dos tambores, taróis, ganzás, pandeiros e a prodigalidade dos cantos; sairá “da sua” e entrará, pulando, cantando, brincando e chorando “na de todos aqueles outros”, o território sensorial e emotivo onde se encontravam imersos, naquela manhã   ensolarada e radiante, numa férica comunhão com o espírito da festa, da alegria e do congraçamento humano, aqueles homens e mulheres.

 

Em São Cristóvão

O mês é o de Janeiro e o ano, se bem me recordo, é o de 1980. Agora sou eu quem estou sob a guarda de uma manhã, também tinindo de brilhosa, no meio de uma das ruas centrais da cidade de São Cristóvão, na rabeira de um grupo de Bacamarteiros. A música é marcadamente percussiva, vexada, de ritmo bem soletrado, contínua e cantada à toda garganta e pulmões por homens e mulheres em idades diversas que caminham dançando, saltitando e portando à tiracolo – não todos – bacamartes. Atrás de mim, numa movimentação menos agitada, mais ondulada e compassada, integrantes de um grupo de São Gonçalo “tiram” loas, toadas e tocam violas, cavaquinhos e leve percussão. Para além desses dois grupos, para onde o meu olhar se dirige encontra músicos, dançarinos, cantadores, personagens e figuras teatrais das mais variadas espécies e natureza – reis, rainhas, bois, “mortos-carregando-os-vivos”, burrinhas, catirinas, cazumbás, caboclinhos, etc.

O Festival Folclórico de São Cristóvão era um daqueles eventos anuais – com alguma frequência eventos semelhantes aconteciam também em outras cidades brasileiras – que reuniam uma infinidade de grupos “folclóricos” de várias regiões do país. Lá estariam muitos daqueles que o meu hipotético leitor-planador terá visto em seu imaginário passeio aéreo…

Foi numa dessas ocasiões, que percebendo – mesmo com o pouco siso que me sobrava em tais circunstâncias, ou por isso mesmo – a diversidade e unidade de procedimentos, formas, conteúdos e estruturas que subjaziam no interior daquelas manifestações, que dei corda a mim mesmo na empreitada de buscar entender como elas se constituíram. Dizendo de outro modo: foi dentro daquele redemoinho dionisíaco que me impus a tarefe de tentar “desenredar” os caminhos através dos quais tais manifestações vieram a se tornar o que eram!

 

Por onde começar?

Foi sem abdicar de continuar a bater canela por terreiros, sedes de agremiações, treinos, sambadas e apresentações de grupos populares que encetei comigo mesmo a tarefa de também me abancar em gabinete.

Atinei que, passados já vários anos assimilando cantos, danças, histórias, formas poéticas, maneiras de tocar instrumentos musicais e modos de “brincar” dos mestres, dançadores e brincantes populares; lendo e continuamente adquirindo livros sobre o mundo popular, chegara o momento de tentar responder a questões que adensando cada vez mais o meu portfólio interior me martelavam o juízo. Seria o mundo popular tão caótico quanto aparentava, ou nós é que não o compreendíamos? Porque as “brincadeiras” populares que assistia e praticava me davam a impressão de serem tão iguais e ao mesmo tempo tão diferentes? E se assim fosse, eu saberia identificar e separar as diferenças das semelhanças? Por que a figura do Boi estava presente nos folguedos amazônicos, nos nordestinos, nos sulinos, em todas as regiões do Brasil? De onde provinha tudo isso? Como se formara um Reisado, um grupo de Caboclinhos? Haveria algum cordão, uma linha histórica por meio da qual eu poderia estabelecer uma ligação entre as várias manifestações populares entre si? Como se formatara esse imaginário? De que maneira ele teria se internalizado na psique coletiva do povo? Teria? E sendo afirmativa a resposta, quais os desdobramentos dessa internalização? Haveria?

Acompanhando a movimentação dos Caboclos de Lança de um maracatu rural, me perguntava: “Quais os caminhos que teriam levado a se ‘formatar’ àquelas portentosas figuras que incorporadas por trabalhadores rurais – vestindo pesadas golas-mantos a estampar desenhos de flores, animais, arabescos e espirais bordados à miçangas, canutilhos e lantejoulas; sustentando sobre os ombros matulão do qual pendiam 4, 5, 6 ou mais badalos de metal; maneando e volteando para cima, para baixo, para os lados  uma enorme lança de quase dois metros inteiramente ataviada de fitas; portando sobre a cabeça um imenso “chapéu” adornado por milhares de tiras de papel celofane ou laminado; – dançando, pulando, saltando, caminhando jornadeiam pelas ruas de Recife e de cidades da zona da mata pernambucana durante os dias de carnaval? Que representam?

Onde estaria o fulcro histórico por onde tudo isso estava se passando? Porque o conhecemos tão mal e de modo tão apartado do conjunto de nossa história cultural? Assim como, lendo e estudando obras dedicadas à trajetória da cultura ocidental podemos tomar conhecimento em sua totalidade dos caminhos percorridos pela sua literatura, música, pintura, etc., julgo que deveríamos igualmente, em relação à nossa história cultural, poder acessar uma narrativa que levasse em conta as duas grandes vertentes que a constituem: a popular, de prevalente extração índio-africano-ibericopopular e a ocidental ou europeia de base greco-latina-judaico-bárbaro-cristã.

Antonio Nóbrega

 

O texto “Numa Asa Delta” compõe o livro Com Passo Sincopado – Em busca de uma linguagem brasileira de dança de Antonio Nóbrega. Conheça o projeto contemplado pelo Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2014: http://bit.ly/2hiAaco

 





Instituto Brincante, Universidade de Princeton e UFRJ realizam jornada sobre as manifestações populares brasileiras

By Antonio Nóbrega | 10 agosto 2017 | Sem Comentários

Fazer Pensar Brasil reúne pesquisadores das três instituições.
Evento está marcado para 25/08.

Estudiosos de diferentes partes do Brasil se reúnem no dia 25 de agosto no Teatro Brincante para a jornada Fazer Pensar Brasil. Com uma série de palestras e rodas de conversas, a iniciativa é uma parceria entre o Instituto Brincante, a Universidade de Princeton e a Universidade Federal do Rio de Janeiro. A discussão gira em torno das manifestações chamadas de populares, a partir de experiências e disciplinas diversas.

O tema ganha sentido especial na atualidade e proporciona a amplitude necessária para o debate. Afinal, os valores, conteúdos e formas do que se identifica como popular podem ser ressignificados e terem papel e função social no mundo em que vivemos? Na encruzilhada histórica por que passamos, trata-se de pensar coletivamente uma questão já velha, mas que nos pede novas configurações: podemos ser modernos e “populares” ao mesmo tempo?

A lista de palestrantes inclui Pedro Meira Monteiro, Antonio Nóbrega, Ricardo Teperman, Paulo Iumatti, Lilia Schwarcz, José Miguel Wisnik, Heloisa Buarque de Hollanda, Lira Neto, Rosane Almeida, Maurício Hoelz, Paulo Dias, André Botelho e André Ricardo Heráclio do Rêgo.

 

Programação:

9h30 – 11h30 – mesa 1: Desafios e missões: o mundo além da escrita (mediação: Antonio Nóbrega)
Pedro Meira Monteiro
André Botelho
Maurício Hoelz
Lilia Moritz Schwarcz

11h50 – 12h30 – Atividade com Rosane Almeida

14h00 – 16h – Mesa 2: Escuta e política nos Brasis (mediação: Pedro Meira Monteiro)
Heloísa Buarque de Hollanda
Ricardo Teperman
José Miguel Wisnik
André Ricardo Heráclio do Rêgo

16h20 – 18h20 – Mesa 3: Batuque, samba e poesia (mediação: André Botelho)
Antonio Nóbrega
Paulo Teixeira Iumatti
Paulo Dias
Lira Neto

18h20 – 19h – Encerramento
Antonio Nóbrega
André Botelho
Pedro Meira Monteiro

 

Palestras

“Questão de mais-Brasil menos-Brasil”: brasilidade além do nacionalismo em Mário de Andrade
André Botelho
Brasilidade, identidade nacional e nacionalismo não são termos intercambiáveis no léxico de Mário de Andrade, e talvez também noutros autores modernistas. São categorias sem dúvida relacionais, pois ganham significados uma em relação às outras, mas não são exatamente equivalentes. Podem, antes, assumir não apenas significados diferentes, como sentidos distintos no próprio interior do projeto modernista de Mário e em relação às diferentes conjunturas do seu contexto social e intelectual. Buscar distinguir essas categorias e qualificá-las do ponto de vista do autor constitui tarefa premente e tão mais importante à medida que se trata de restituir a complexidade própria da obra de Mário de Andrade, e de seu contexto original, ambos extremamente disciplinados pela rotinização de paradigmas normativos e teleológicos voltados à discussão da formação da identidade nacional e do nacionalismo cultural no Brasil moderno. A restituição da complexidade dessas categorias e de seu inter-relacionamento mais dinâmico e contingente é, ademais, condição para que se possa divisar outros sentidos mais contemporâneos na obra de Mário de Andrade. Nesta apresentação, permanecerei nos limites dos prefácios não publicados de Macunaíma e no diálogo epistolar com Alceu Amoroso Lima em torno deles, bem como na crítica pioneira que este publicou, inclusive pelo seu papel decisivo nos termos da recepção que o principal livro do autor acabaria conhecendo, tão importante para os problemas de que então nos ocupamos.  

O sertão no imaginário brasileiro
André Ricardo Heráclio do Rêgo
Trata-se de fazer um breve apanhado da ideia, da representação dos sertões ao longo da história, do século XV até hoje, sobretudo no que se refere ao imaginário brasileiro, mas sem esquecer o português e o africano. A ideia de sertões é essencial na discussão da identidade nacional (se é que podemos ainda utilizar esse termo num contexto tão multicultural quanto o nosso), e ela tem uma de suas mais fortes expressões e repercussões justamente no mundo da cultura popular (se é que podemos ainda utilizar esse termo…). Mas não só: ela repercute fortemente na cultura dita erudita, seja na área de ficção, seja na na ensaística, seja na música, seja na literatura, seja na história, seja na geografia. O fio condutor, ou o fio da meada, quem o dará, como não poderia deixar de ser, serão Ariano Suassuna e João  Guimarães Rosa, sobretudo este último, quando ele disse:  “Sendo o sertão assim – que não se podia conhecer, indo e vindo enorme, sem começo, feito um soturno mar, mas que punha à praia o condão de inesperadas coisas”; “Quase todo o mundo tinha medo do sertão, sem saberem nem o que o sertão é”.

Uma poética para o Brasil
Antonio Nóbrega
Por onde conversam e ainda mais poderiam conversar os Brasis.

Fracassos e escuta na Universidade das Quebradas
Heloisa Buarque de Hollanda
Nesta apresentação, vou me permitir falar em primeira pessoa. Não definiria esta opção como um testemunho, mas como um relato simples dos impasses epistemológicos e da procura de uma perspectiva de intervenção, enquanto intelectual ligada à universidade pública, cuja trajetória profissional é inaugurada no espanto da descoberta e na escuta do outro. Hoje a tradução cultural, a alteridade, a diferença, enfim o encontro, ou mesmo embate, com o outro são questões que povoam nossas preocupações teóricas e políticas, sem dúvida, urgentes neste momento de crescentes e implacáveis xenofobias e intolerâncias. É desse ponto de vista que apresentarei o Laboratório de Tecnologias Sociais, chamado Universidade das Quebradas, criado em 2009, na UFRJ. A missão deste laboratório é a de articular professores, pesquisadores e alunos da universidade com os intelectuais, artistas, ativistas e produtores culturais das periferias, já com um trabalho relativamente consolidado, e experimentar formas de produção de conhecimento compartilhada. O encontro de saberes de pesos e níveis de legitimação diferenciados traz, de início, medo e perplexidade. As diferenças tornam-se mais contrastadas e o não reconhecimento deste percalço é fatal. Os repertórios acadêmicos diante do saber vernacular ou popular comportam-se mal. Ou os atores acadêmicos facilitam seu conhecimento subestimando a capacidade de escuta dos atores periféricos, ou supervalorizam a produção das periferias, considerada mais forte porque vem da “experiência verdadeira”, ante a uma possível carência de informação ou conhecimento empírico dos processos expressos na produção científica lato sensu. Por outro lado, os atores das periferias se intimidam, de forma surpreendente e mesmo inesperada, ao se conectarem com este novo território. Difícil evitar armadilhas. A tradução cultural é falha em ambos os casos. O compromisso com o exercício de uma escuta forte parece uma saída razoável.  

A influência deletéria do urbanismo
José Miguel Wisnik
Se Mário de Andrade resguarda a música popular autêntica, a certa altura do Ensaio sobre a música brasileira, da “influência deletéria do urbanismo”, isto é, do mercado e da influência estrangeira, colocam-se algumas questões difíceis sobre a natureza do popular. Será este, necessariamente, a manifestação de comunidades rurais, de caráter anônimo e coletivo, manifestado epifanicamente, em certos momentos, por indivíduos que carregam em si o grupo, ao serem carregados por ele? Qual seria então o lugar do popular na música popular urbana que floresceu com o mercado industrial de canções gravadas? É notável, a esse respeito, que Mário não tenha voltado a sua atenção, em nenhum momento, para seu contemporâneo Noel Rosa, embora acompanhasse com atenção os lançamentos de música popular gravada. Vai nessa omissão sintomática uma forma mental, de fundo estético (os românticos alemães) e religioso (a aura popular como sendo o espírito de um mundo sem espírito no raiar da universalização da mercadoria). Embora o tempo seja curto para isso, interessaria perseguir sinais dessa questão filosófico-religiosa (e política) nas fagulhas de um atrito entre Ariano Suassuna e Caetano Veloso.

Lima Barreto e seus subúrbios
Lilia Schwarcz
Pode-se dizer que Lima Barreto escreveu uma literatura em trânsito. Ele tomava todos os dias o trem da central e da sua janela observava arquiteturas, personagens, tipos e passageiros. O afeto que guardava por seus subúrbios, diante das práticas populares que via, era imenso. Afeto como identificação e mudança diante do que se observava.

A gênese do samba: entre a festa e a agonia
Lira Neto
Como o moderno samba urbano, criação coletiva nascida em meio aos espaços de comunidades negras na virada do século XIX para o século XX, praticado nos fundos dos quintais pobres e alheio aos modernos conceitos de autoria, passou à condição de um dos símbolos máximos de uma suposta “identidade nacional”?

Na pancada do ganzá: um livro de amor inacabado
Maurício Hoelz
A primeira linha do prefácio do inacabado Na pancada do ganzá, de Mário de Andrade – cujo subtítulo é “Subsídios para conhecimento da vida popular brasileira, especialmente do Nordeste” –, afirma ser esse não um livro de ciência, mas um “livro de amor”. Nele, está em jogo compreender a cultura popular por meio da empatia (“Ouvi o povo, aceitei o povo”), substituindo o discurso sobre ela por um diálogo com ela que pudesse levar ao reconhecimento dos seus portadores sociais em sua dignidade e alteridade plenas – sem recair numa visão fetichizada e triunfalista da autenticidade popular -, e a formas mais descentradas, plurais e inclusivas de identidades coletivas. Nesse gesto de abertura para a diferença (“um ato de amor”) residiria a potência democrática de transformação das relações sociais pelo exercício da solidariedade, que tem no diálogo a forma mais absoluta de conhecimento da alteridade étnica e cultural. Nas suas próprias palavras, no prefácio: “Do fundo das imperfeições de tudo quanto o povo faz, vem uma força, uma necessidade que, em arte, equivale ao que é a fé em religião. Isso é que pode mudar o pouso das montanhas”.

A fumaça que sobe dos nossos quintais
Paulo Dias
Sugestionado pela frase acima, tirada de um jongo do compositor paulistano Daniel Reverendo, pretendo conversar sobre os batuques de terreiro do sudeste, sua ancestralidade e atualidade, no retraçar permanente das conexões simbólicas e sociais dos grupos celebrantes.

Utopia e absurdo no Brasil contemporâneo: reflexões a partir dos folhetos de cordel
Paulo Teixeira Iumatti
O gênero cordelístico do Marco atualiza o antigo paradigma da poesia como monumento perene, baseando-se na afirmação desafiadora de uma excelência poética insuperável. Surgido no âmbito da cantoria no século XIX, e transposto para a escrita dos folhetos de cordel, ele parece constituir em si mesmo um paradoxo, podendo ser visto, também, como instrumento de disputas envolvendo a reiteração ou a contestação de um lugar subordinado (social, racial, simbólico). Apresentando-se como um intrincado enigma, o Marco foi utilizado e resignificado por cantadores, poetas e intelectuais ao longo do século XX, oscilando entre os registros do utópico e do absurdo. Em nossa comunicação, discutiremos sentidos e apropriações do Marco em diferentes contextos, e suas possíveis derivações para a compreensão dos dilemas do país no mundo contemporâneo.

“Não é pra ouvir, é pra gente se deixar ouvir”: a liturgia do canto, de Mário de Andrade a Alfredo Bosi
Pedro Meira Monteiro
Entre o transe místico e o êxtase coletivo desenrolam-se algumas das práticas tidas por populares, fundando aquilo que, de Mário de Andrade a Alfredo Bosi, identifica-se a uma liturgia da comunidade. Tal serviço, entoado pelo povo, coloca a comunidade diante de seu sentido transcendente, a um só tempo distante e próximo, mas feito tangível pelo canto. A pergunta que nos guia, neste caso, recai sobre o papel do indivíduo na revelação dos impulsos e da verdade do grupo. Quem é aquela pessoa que, de repente, parece carregar a voz da comunidade e é por ela carregada?

Paratodos, para os pobres, pra ninguém
Ricardo Teperman
A ideia do “fim da canção” diagnostica o esgotamento do grande projeto modernista de construção de uma cultura brasileira “para todos”, que orientou a bossa-nova, o tropicalismo e boa parte dos vários desdobramentos da MPB a partir dos anos 1970. O rap apresentado pelos Racionais MCs na virada dos anos 1990 representou uma grande novidade na medida em que era feito dos “pobres para os pobres” , desprezando tanto a ideia de povo por trás da letra P, de popular, como a ideia de nação encerrada no B de Brasil. Ao anunciarem a “reforma agrária na música popular brasileira”, adotando procedimentos estéticos e mercadológicos consagrados na tradição hegemônica da MPB, Emicida e Criolo propõem incluir a navalha de Mano Brown no prestigioso retrato feito pela rolleyflex de Caetano e Chico. É um gesto que tem lhes garantido enorme aceitação de público e crítica, mas que também tem decorrências cujo impacto ainda está por ser avaliado – entre os riscos que correm estão notadamente a diluição da verve crítica e a relativa perda de capacidade de representação das camadas mais pobres e marginalizadas.

Atividade com Rosane Almeida
Nossa Ciranda
Iremos dançar uma boa e velha ciranda.
Vamos usar esse momento para descansar a cabeça e deixar o corpo encontrar seus caminhos e nos levar para um novo ambiente físico e sonoro.
Vamos aproveitar  alguns princípios recorrentes das manifestações populares para construir a nossa ciranda.

 

SERVIÇO
Jornada Fazer Pensar Brasil
25/08 das 9h às 19h
Instituto Brincante
ENTRADA FRANCA
Sujeito à Lotação
Pré-inscrição: http://bit.ly/FazerPensarBrasil
Informações: http://bit.ly/FazerPensarBrasil_Eevento
Mediação: Antonio Nóbrega (Instituto Brincante), Pedro Meira Monteiro (Princeton) e André Botelho (UFRJ)
Realização: Instituto Brincante, Princeton University e UFRJ
Produção Geral: Silas Redondo





Antonio Nóbrega apresenta homenagem a Luiz Gonzaga na Casa Natura Musical

By Antonio Nóbrega | 25 julho 2017 | Sem Comentários

 

   Foto: Eduardo Philippe/Casa de Taipa Produções

 

O artista Antonio Nóbrega presta uma homenagem a Luiz Gonzaga no espetáculo “Lua”, que apresenta no sábado, 29 de julho, às 22h, na Casa Natura Musical.

Acompanhado por Cleber Almeida (bateria), Daniel Allain (flauta e sax tenor), Edmilson Capelupi (violão de sete cordas, viola e cavaquinho), Edson Alves (baixo e violão), Leo Rodrigues (pandeiro e percussão), Olívio Filho (acordeão) e Zé Pitoco (clarinete, sax alto e zambumba), Nóbrega faz novas leituras de clássicos como Qui nem giló, Vida do viajante, Juazeiro e interpreta canções pouco conhecidas como Facilita e Acauã.

Em “Lua”, Luiz Gonzaga é reverenciado não só como grande compositor e intérprete nordestino — desbravador e divulgador de inúmeros ritmos e gêneros musicais, como xote, xaxado, chamego e, sobretudo, baião –, mas também como um dos pilares da música brasileira.

 

SERVIÇO

Antonio Nobrega em LUA

Quando: sábado, 29 de julho, às 22h

Abertura da Casa: 20h30

Ingressos à venda: https://goo.gl/5uQBg8

Casa Natura Musical

Rua Artur de Azevedo, 2134, Pinheiros, São Paulo

Ingressos sem taxa de conveniência na bilheteria da Casa

Horário da bilheteria: todos os dias, das 12h às 20h (dinheiro, CC e cartão de débito)

Lotação para este show: 509 lugares

Classificação etária: 12 anos

 





Antonio Nóbrega se apresenta em Cascavel com o grupo Rosa Armorial

By Antonio Nóbrega | 12 julho 2017 | Sem Comentários

No próximo dia 22 de julho, Antonio Nóbrega estará em Cascavel, cidade na região oeste do estado do Paraná, para um apresentação com o Rosa Armorial, pelo projeto Sesi Música. O artista foi convidado especialmente para a apresentação do grupo, que faz o popular e o erudito darem as mão e divulga a música brasileira de raiz, valorizando os elementos instrumentais de suas manifestações.

O trabalho do grupo é inspirado pelo Movimento Armorial, criado por Ariano Suassuna em 1970. Antonio Nóbrega participou ativamente do movimento como violinista do Quinteto Armorial.  No show do Sesi Música, os artistas prometem uma linda festa em homenagem à música de câmara com raízes populares.

O entrosamento do pernambucano com o grupo paranaense vem de outras datas. Em março de 2014, já estiveram juntos em cena em um comovente encontro no Teatro Paiol, em Curitiba. Em Cascavel, o grupo volta a interpretar o repertório de Antonio Nóbrega em um show repleto de brasilidade e que visa manter viva uma iniciativa histórica da música nacional, além de promover o intercâmbio de artistas de diferentes épocas e regiões.

 

Ingresso solidário

O projeto Sesi Música em Cascavel acontece no sábado do dia 22 de julho, às 20h, no Teatro Municipal. Para adquirir o ingresso, basta baixar o aplicativo da RPC no link: www.rpc.com.br/vcnarpc. Após inscrição no aplicativo, os ingressos deverão ser retirados no SESI Cascavel, nos dias 18 e 19 de julho, das 18h30 às 21h,  mediante a entrega de um produto/material de limpeza (saco de lixo de 100 e 30 litros, sabão em pó, álcool, buchinha de louça, rodo ou papel toalha). As doações serão destinadas ao Recanto da Criança de Cascavel. O projeto é uma realização do Sesi Cultura com a promoção da RPC. O evento está sujeito à lotação do espaço.

 

Projeto SESI Música – edição de julho

Rosa Armorial convida Antonio Nóbrega

Data: 22 de julho, às 20h

Local: Teatro Municipal de Cascavel

Endereço: Rua Rio de Janeiro, 905 – Centro – Cascavel / Paraná

Ingresso: Baixar o aplicativo da RPC no link: www.rpc.com.br/vcnarpc. Após inscrição no aplicativo, os ingressos deverão ser retirados no SESI Cascavel nos dias 18 e 19 de julho das 18h30 às 21h  mediante a entrega de um produto/material de limpeza, (saco de lixo de 100 e 30 litros, sabão em pó, álcool, buchinha de louça, rodo ou papel toalha). O evento está sujeito à lotação do espaço.

Realização: Sesi Cultura

Promoção: RPC

Entidade beneficiada: Recanto da Criança de Cascavel

 

Mais informações:

http://www.sesipr.com.br/cultura/

https://www.facebook.com/sesiculturapr/




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